terça-feira, 31 de maio de 2016
domingo, 29 de maio de 2016
CETOSE
Olá pessoal, coloquei esse vídeo para vocês entenderem um pouco sobre Cetose ou dieta Cetogênica, que nada mais é do que uma dieta Low-Carb mais acentuada. Considero que seria mais indicada para quem quer perder bastante peso, acima de 15 kg, pois emagrece rapidamente. Porém para quem quer perder menos que isso, o ideal é perder mais lentamente.
Também acho difícil manter uma dieta cetogênica indefinidamente depois de se estar magro, pois exigirá que a pessoa continue a ingerir muita gordura. Nesse estado o melhor caminho é regular sua dieta Low-Carb até encontrar o equilíbrio acrescentando lentamente bons carboidratos à dieta que o faça se manter no seu peso ideal pelo resto da vida.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
terça-feira, 24 de maio de 2016
ARTIGOS CIENTÍFICOS
The scientific report guiding the US dietary guidelines: is it scientific?http://www.bmj.com/content/351/bmj.h4962
Paleolithic nutrition for metabolic syndrome: systematic review and meta-analysis: http://ajcn.nutrition.org/content/early/2015/08/12/ajcn.115.113613.abstract
Academy of Nutrition and Dietetics, dos EUA (antiga ADA), a maior e mais importante associação de nutricionistas do mundo, fundada em 1917, escreveu uma carta aberta para o Comitê que está preparando as novas diretrizes nutricionais de 2015 (2015 Dietary Guidelines Advisory Committee). Confira o documento na íntegra aqui: http://
Low-carbohydrate/high-protein diet improves diastolic cardiac function and the metabolic syndrome in overweight-obese patients with type 2 diabetes
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214762413000078?cc=y
Association of Dietary, Circulating, and Supplement Fatty Acids With Coronary Risk: A Systematic Review and Meta-analysishttp://annals.org/article.aspx?articleid=1846638
Brehm BJ, et al. A Randomized Trial Comparing a Very Low Carbohydrate Diet and a Calorie-Restricted Low Fat Diet on Body Weight and Cardiovascular Risk Factors in Healthy Women. J Clin Endocrinol Metab 2003;88:1617–1623.
Samaha FF, et al. A Low-Carbohydrate as Compared with a Low-Fat Diet in Severe Obesity. N Engl J Med 2003;348:2074–81.
Sondike SB, et al. Effects of a low-carbohydrate diet on weight loss and cardiovascular risk factor in overweight adolescents. J Pediatr. 2003 Mar;142(3):253–8.
Aude YW, et al. The National Cholesterol Education Program Diet vs a Diet Lower in Carbohydrates and Higher in Protein and Monounsaturated Fat. A Randomized Trial. Arch Intern Med. 2004;164:2141–2146.
Volek JS, et al. Comparison of energy-restricted very low-carbohydrate and low-fat diets on weight loss and body composition in overweight men and women. Nutrition & Metabolism 2004, 1:13.
Yancy WS Jr, et al. A Low-Carbohydrate, Ketogenic Diet versus a Low-Fat Diet To Treat Obesity and Hyperlipidemia. A Randomized, Controlled Trial. Ann Intern Med. 2004;140:769–777.
Nichols-Richardsson SM, et al. Perceived Hunger Is Lower and Weight Loss Is Greater in Overweight Premenopausal Women Consuming a Low-Carbohydrate/High- Protein vs High-Carbohydrate/Low-Fat Diet. J Am Diet Assoc. 2005;105:1433–1437.
Gardner CD, et al. Comparison of the Atkins, Zone, Ornish, and learn Diets for Change in Weight and Related Risk Factors Among Overweight Premenopausal Women. The a to z Weight Loss Study: A Randomized Trial. JAMA. 2007;297:969–977.
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Krebs NF, et al. Efficacy and Safety of a High Protein, Low Carbohydrate Diet for Weight Loss in Severely Obese Adolescents. J Pediatr 2010;157:252-8.
Summer SS, et al. Adiponectin Changes in Relation to the Macronutrient Composition of a Weight-Loss Diet. Obesity (Silver Spring). 2011 Mar 31. [Epub ahead of print]
Daly ME, et al. Short-term effects of severe dietary carbohydrate-restriction advice in Type 2 diabetes–a randomized controlled trial. Diabet Med. 2006 Jan;23(1):15–20.
Westman EC, et al. The effect of a low-carbohydrate, ketogenic diet versus a low- glycemic index diet on glycemic control in type 2 diabetes mellitus. Nutr. Metab (Lond.)2008 Dec 19;5:36.
Outros
https://www.atkins.com/how-it-works/library/articles/scientific-research1954 ANCEL KEYS e a fraude do Colesterol.
Em 1954, o cientista russo que vivia
nos EUA, David Kritchevsky,publicou um artigo no Am.J Physiology
(Jul-Sept, 1954), onde chamou a atenção dos cientistas para a
emergência da epidemia de doença coronária (DC). Nos estudos
revelava que o colesterol produzia arteriosclerose no coelho, e que
as gorduras polinsaturadas poderiam reduzir os níveis de colesterol,
propunha, assim, a redução do consumo de produtos animais.
Entretanto, a placa apresentada pelo
coelho era completamente diferente da placa do humano. Os coelhos
(vegetarianos) eram alimentados com colesterol purificado e oxidado
pelo processamento.
Em 1954, Ancel Keys levantou a
hipótese de que a doença coronária seria provocada pelo acúmulo
de gorduras saturadas e colesterol. Usou para tal um cruzamento entre
consumo de gorduras saturadas e DC em seispaíses.
A história dos seis paises que
permitiu a Ancel Keys concluir sobre a relação direta entre consumo
de gorduras saturadas e DC revela um fato interessante. A OMS diante
das evidências do aparecimento da arteriosclerose convocou, em 1954,
um comitê de experts (First Expert Committess on Pathogenesis of
Atherosclerosis). Participaram do comitê Paul Dudley White de
Boston, Gunnar Bjork de Stocolmo, Noboru Kimura do Japão, George
Pickering de Oxford e Ancel Keys de Minnesota. Durante uma exposição
de Ancel Keys o professor Pickering o interrompeu e fez a seguinte
pergunta:“professor Keys would be kind enough to cite for us the
principle piece of evidence that you think supports this diet-heart
theory of yours?(tradução: professor Keys poderia gentilmente citar
para nós a peça principal de evidência que você pensa dar suporte
a sua teoria dieta-coração?)
O assistente de Keys Henry Blackburn
nos conta: “O professor se sentiu muito mal com a pergunta. Ao
invés de citar... bem essa teoria está baseada num corpo de
evidências que temos percebido na clinica, no laboratório e em
grupos populacionais, ele citou uma “peça destruída”. Ele saiu
como alguém nocauteado e disse: “I will show those guys”.
Selecionou os seis países e publicou como sendo a peça
comprobatória.
Entretanto, se Ancel Keys tivesse
feito esse mesmo cruzamento entre os 20 paises em que esses dados
estavam disponíveis não encontraria qualquer relação
substantiva.Segundo Kendrick se Keys tivesse escolhido Finlândia,
Israel, Alemanha, Holanda, Suiça e Suécia os resultados seriam
opostos.
Segundo Mary Enig, Ancel Keys
declarou certa vez que o óleo vegetalparcialmente hidrogenado com
seus ácidos graxos trans (AGs trans), eram os verdadeiros
responsáveis pela DC. Isso foi dito em 1958. A indústria alimentar
ficou muito incomodada com tal afirmação e passou da denúncia da
gordura saturada para a denúncia da carne e da gordura do leite como
responsáveis pela DC.
Em 1956, a American Heart
Association (AHA) comunicou a tese Lipídica em um painel transmitido
pelos três maiores canais de TV. Os panelistas recomendaram a dieta
de Prudent, que orientava para o consumo de óleos vegetais,
margarinas, galinha, ao invés de toucinho, manteiga e ovos.
O Dr Dudley White, voz discordante
nesse painel, disse textualmente: ”Eu comecei a minha prática como
cardiologista em 1921, e eu nunca vi um infarto do miocárdio até
1928. Nesse periodo as pessoas consumiam predominantemente gordura
animal, ninguém havia ouvido falar em óleo de milho até então”.
Mas, antes disso, a AHA havia negado
a tese lipidica quando comentou: ”a alimentação antigordura e
anti-colesterol é não apenas futil e ingênua, mastraz consigo
também riscos”.
Após um intenso lobby da indústria
alimentar a AHA se rende a tese lipídica que dizia ser a alimentação
rica em gorduras saturadas e colesterol (animal) a responsável pela
DC, hipertensão arterial e derrame. Prudent era o president da AHA,
e enfrentou um racha no board da AHA, entre os favoráveis e os
contrários à tese lipídica. Ele compunha o primeiro grupo.
Por essa razão a dieta que seguia
os princípios da tese lipídica recebeu o nome de dieta do coração
ou dieta de Prudent. Propunha evitar os alimentos comgorduras
saturadas e colesterol,e estimular o consumo das gorduras
polinsaturadas pobres em colesterol, sem fazer menção aos
carbohidratos e proteinas.
Ironicamente o Dr Prudent participou
de um estudo desenhado entre os membros da AHA. Ele integrou o grupo
que consumiu gorduras polinsaturadas pobre em colesterol e veio a
falecer de DC.
A Dieta Rica em Gorduras Saturadas
aumentaria o Colesterol Sanguíneo?
Em 1920, o Dr Paul Dudley
Whitetrouxe o primeiro aparelho de ECG da Alemanha. Além da
curiosidade se comentou sobre a pouca utilização do equipamento em
virtude da baixa frequência de DC nos EUA.
Entre 1910-1920, quando se consumia
basicamente gordura saturada, a DC era uma raridade. Em 1970, a DC já
era responsável por 40% das mortes nos EUA.
Nesse periodo de 50 anos (1920-1970)
o consumo de gordura saturada caiu de 83% para 62%;o consumo de
manteiga caiu de 8Kg para 1,8 kgpor pessoa/ano; o consumo de
colesterol aumentou 1%; o consumo de óleos vegetais aumentou 400%;
oconsumo de açúcar aumentou 60%.
Surveyrealizado em 1990 mostrou que
homens consumidores de manteiga, tiveram a metade do risco coronário
em relação aos que consumiam margarina (Nutr Week, Mar 22, 1991,
21:12:2-3)
Estudos suecos publicados em 2004
revelaram que o consumo de manteiga está negativamente associado à
DC. Ou seja, a manteiga protege o coração(British J. Nutrition,
2004).
Na Índia, as populações do Norte
consomem 7 vezes mais gorduras saturadas do que as do Sul. A
população do Norte têm 7 vezes menos DC(Malhotra, S,Indian Journal
of Industrial Medicine, 1968, 14:219)
A França possui alto consumo de
gorduras saturadas, e tem o menor índice de DC do Ocidente (145
mortes/100.000 hab). Na região de Gascony, onde se cria gansos para
produção de patês, a mortalidade é de 80/100.000 hab., enquanto
nos EUA a mortalidade é de 315/100.000 hab.
A cidade de Framingham,
Massachussetts, tem sido a grande fonte para estudo prospectivo em
relação às doenças cardiocirculatórias desde 1948. Sua população
atual é de cerca de 67 mil habitantes. Os diretores desse projeto
ganham destaque na produção científica na área. O Dr Castelli foi
um dos primeiros diretores. ODr George Mann dirigiu por três anos o
Projeto Framingham, cujas conclusões deu origem ao livro “Coronary
Heart Disease – The Dietary Sense and Nonsense” (1993), onde
afirma de maneira categórica que as gorduras saturadas não são as
responsáveis pela DC.
Estudo de Framingham num survey de
16 mil homens saudáveis de meia idade, avaliados 6 anos após
(1981), revelou que aqueles com DC consumiam mais óleos
polinsaturados (vegetais).
São vários os estudos que
contestam a tese lipídica e a dieta de Prudent, mas a tese centrada
no colesterol comete uma “imprudência” ao chamar o colesterol de
gordura. O colesterol não é uma gordura e sim um esterol (álcool)
com estrutura semelhante a hormônio, que se torna hidrossolúvel
quando ganha a capa de uma lipoproteina. Por esse motivo não adere à
placa ou à rugosidade endotelial.São os triglicérides que aderem à
rugosidade endotelial. O colesterol não está nas gorduras e sim nas
carnes (membrana celular).
É completamente insustentável a
história de colesterol bom (HDL) e ruim (LDL). O primeiro é a forma
de transporte do colesterol das células para o figado, o segundo do
fígado para as células. Ambos têm suas funções específicas e
essenciais. Foi o public relation (PR) da indústria farmacêutica
quem inventou esse conto.
O professor Ancel Keys afirmou
textualmente:“In the adult man the serum cholesterol level is
essentially independent of the cholesterol intake over the whole
range of human diets ...There is no connection whatsoever between
cholesterol in food and cholesterol in blood. And we have known that
all along. Cholesterol in the diet does not matter at all unless you
happen to be a chicken or a rabbit."(Ancel Keys, Ph.D.,
professor emeritus at the University of Minnesota, 1997) (tradução:
no homem adulto o nível de colesterol sérico é essencialmente
independente da ingesta de colesterol.... Não há conexão,
portanto, entre colesterol no alimento e colesterol no sangue. Nós
sabemos disso faz tempo. Colesterol na dieta não importa
absolutamente, a menos que você seja uma galinha ou um coelho).
O colesterol da Dieta responde
apenas por cerca de 30% do colesterol sanguíneo, os outros 70% são
Colesterol endógeno, produzido pelo próprio organismo.
Vários tecidos participam da
produção do colesterol endógeno - o fígado é responsável por
20%, mas a síntese intestinal de colesterol é muito superior à
hepática.
Segundo Castelli:“Os valores de
colesterol e triglicerídeos séricos não estão positivamente
correlacionados com a seleção de constituintes da dieta ... No
estudo de Framingham, Massachusetts, quanto mais gordura saturada se
comia, quanto mais colesterol se ingeria, quanto mais caloria se
comia, menor o nível de colesterol sérico ... Nós constatamos que
o indivíduo queingeria mais colesterol, comia mais gordura saturada,
ingeria mais calorias e comumente era fisicamente mais ativo”(Dr
William Castelli, 1992, director do Framingham study).
Outro estudo populacional importante
revelou o seguinte: a)aqueles com níveis baixos de colesterol
sanguíneo consumiam em média 52g/dia de gordura saturada; b)
aqueles com níveis médios de colesterol sanguíneo consumiam em
média 54g/dia de gordura saturada; c) aqueles com níveis altos de
colesterol sanguíneo consumiam em média 54g/dia de gordura
saturada(Cholesterol Intake and Blood Lipids - The Tecumseh Study).
Porque a ingesta de gorduras
saturadas não aumenta o Colesterol?
O fígado não utiliza gorduras,
saturadas ou não, para produzir colesterol;o fígado não produz LDL
e sim VLDL. O LDL é um resíduo metabólico do VLDL; o VLDL é
convertido em LDL através da perda de triglicérides; os níveis de
VLDL e LDL são totalmente não relacionados. Isso significa que a
ingestão de gordura saturada não afeta os níveis de LDL.
Colesterol e gorduras saturadas são
compostos não relacionados, ou seja, não existe processo químico
que produza colesterol a partir de gordura saturada ou qualquer outro
tipo de gordura.
O aumento do colesterol no sangue é
na verdade o aumento de LDL.O aumento de VLDL é chamado de
hipertrigliceridemia
A única conexão entre gorduras
saturadas e colesterol é que ambos não são hidrossolúveis e por
esse motivo têm que circular sob a forma de lipoproteínas.
Basta observar a estrutura química
de um ácido graxo e a do colesterol para perceber que um não se
transforma no outro.
O colesterol não é um tóxico e
sim uma substância vital ao organismo de todos os mamíferos.O
organismo produz 3 a 4 vezes mais colesterol do que ingere.Produz
diariamente cerca de2000 mgde colesterol, e aumenta a produção
quando se ingere pouco colesterol e diminui a produção quando se
ingere muito.
A dieta de Prudent não consegue
reduzir a taxa de colesterol além de pequena percentagem.
Vários estudos revelam que o
aumento da ingesta de alimentos ricos em colesterol reduz o
colesterol sanguíneo.
Seria o Colesterol o responsável
pelo processo de Arteriosclerose no Homem?
Indivíduos com Colesterol normal ou
baixo desenvolvem placas do mesmo modo daqueles com Colesterol
alto.Mais da metade (60%) dos indivíduos com Infarto apresentam
nível normal de Colesterol.
Estudos revelaram que o Colesterol
baixo representa um risco cardiovascular muito maior que o alto, em
especial nos idosos (JAMA 272, 1335-1340, 1994). Estudo de Krumholz
et al do departamento de medicina cardiovascular de Yale seguiu
durante 4 anos 997 idosos, e revelou que aqueles com colesterol baixo
tiveram uma mortalidade cardiovascular duas vezes maior comparados
com os com colesterol alto (Krumholz HM. “Lack of association
between cholesterol and coronary heart disease mortality and morbity
and all cause mortality in persons older than 70 years”. JAMA 272,
1335-1340, 1994).
Os estudos de Framingham revelaram
que níveis altos de Colesterol têm efeito protetivo nas pessoas com
mais de 60 anos.
O estudo geral que contempla todas
as idades revelou aumento do risco coronário em pessoas com
colesterol alto apenas para homens adultos entre 29 a 47 anos, mesmo
assim numa proporção que não ultrapassou 5%.Caso as pessoas com
hipercolesterolemia familiar fossem retiradas da amostra, não
haveria diferença entre os dois grupos.
A leitura do projeto Framingham que
revelou o aumento da morbidade cardiocirculatória entre homens de 29
a 47 anos, foi publicada no final da década de 50. Esse estudo foi o
grande patrocinador da tese Lipidica. Entretanto, folllow up do mesmo
projeto Framingham feito 16 anos após, revelou quase nenhuma
diferença entre os dois grupos (colesterol normal x alto). Outro
follow up feito 30 anos após revelou que nos homens acima de 47 anos
a mortalidade não era alterada pelos níveis de colesterol.Ainda
mais surpreendente foi a revelação no follow up de 30 anos, em que
a diminuição do colesterol no período, estava associada a um maior
risco de morte do que o incremento.
Estudo publicado recentemente, onde
foram acompanhados durante 30 anos 17 mil adultos que apresentaram
ganho significativo de peso na meia idade, mas que sempre mantiveram
níveis de colesterol dentro da normalidade, como também nenhum
outro fator de risco, tiveram aumento significativo do risco
cardiocirculatório na ordem de 43% se comparado ao grupo de peso
normal (JAMA, Jan. 11, 2006; 295(2): 190-198).
Os aborígenes australianos, os
índios americanos, os emigrantes indianos e paquistaneses e grande
porcentagem de homens russos, possuem alto índice de DC e têm uma
coisa em comum –baixos níveis de LDL.
O indiano é o grupo étnico
estudado talvez com maior índice de DC, apesar de parcela
significativa ser vegetariana. A DC costuma ocorrer precocemente e
com curso maligno, apesar dos fatores de risco ser significativamente
baixos(Enas, Arch. Cardiol, March, 1995).
Na segunda metade do Sec XX,
observou-se uma elevação expressiva da mortalidade por DC em homens
russos. O professor Shestov realizou amplo estudo e descobriu que os
baixos níveis de LDL foi o fator de risco mais importante de
mortalidade cardíaca, concluiu dizendo:“The results disclose a
sizeable subset of hypocholesterolaemics in the population at
increased risk of cardiac death.”(tradução: Os resultados revelam
um subgrupo mensurável de hipocolesterolenêmicos em risco elevado
de morte cardíaca na população)
Quando se aplicou os parâmetros
para DC do “Framingham risk equation” para homens britânicos por
10 anos, observou-se que 84% das doenças cardíacas ocorreram em
homens classificados como de baixo risco.Entretanto, 75% dos homens
classificados em alto risco estavam ainda livres de ocorrências de
DC 10 anos após (BMJ, 29 Nov. 2003; 327(7426): 1267).
No Japão nos últimos 50 anos os
níveis de colesterol aumentaram 20% e a incidência de acidente
vascular encefálico (AVE) caiu 600%.
O Dr Gregg Fonarow (University of
California, Los Angeles Medical Center ) publicou recentemente artigo
em que revela que cerca de 75% dos pacientes que tiveram o primeiro
evento coronariano tinham LDL abaixo de 130 mg/dL, e cerca de 50%
tinham LDL abaixo 100 mg/dL.
A tese Lipidica já poderia estar
sepultada desde 1968, quando foi publicado no J. Lab Investigation o
resultado do “International Atherosclerosis Project”, que reuniu
14 países, e foram realizadas 22.000 autópsias. O estudo mostrou
grau semelhante de ateroma nos vários países, independente da dieta
ser rica em gordura saturada ou vegetal. No entanto, foi encontrada
muito mais obstrução arterial nas pessoas com colesterol baixo
comparadas às com o colesterol alto.
Estudos realizados no Canadá
“Quebec Cardiovascular Study”, que acompanhou durante 12 anos,
5.000 homens saudáveis de meia idade, revelou não haver relação
entre níveis de colesterol e DC.
A grande maioria dos estudos
populacionais revelaram que, entre as mulheres, independente da
idade, e mesmo com níveis elevados de colesterol na ordem de 1000
mg/dL, o colesterol não pode ser considerado um fator de risco. Pelo
contrário, é o colesterol baixo que consiste em fator de risco para
as mulheres (NHLB Institute; Circulation – 1992).
Estudo feito em Paris mostrou que as
mulheres longevas possuem colesterol elevado (Lancet, 1989).
Um survey conduzido pelo famoso
cirurgião Michael DeBakey na década de 60, não encontrou relação
entre os níveis de colesterol e a incidência de DC (DeBakey, M, et
al,JAMA, 1964, 1 89:655-59).
O professor George Mann, da
Vanderbilt University, ex diretor do Framinghham Project, estudou os
Masais do Quênia. Os Masais consomem predominantemente leite, carne
e sangue. Mann descobriu que os Masais praticamente não apresentam
DC, e têm níveis baixos de colesterol. Além disso, realizou 50
autopsias e, para a sua surpresa, encontrou arteriosclerose em níveis
semelhantes ao dos americanos, mas o tipo de placa que causa
obstrução foi raramente encontrado. Não havia qualquer sinal de
isquemia nos 50 corações estudados (“Diet Heart, Endofan Era”,
New England J Med, 297 (1977): 644).Em comentário posterior
oprofessor Mann afirma sobre a tese Lipídica:“Ela é a diversão
pública número um da saúde pública nesse Século..... O grande
escândalo da história da medicina”.
Em 1992, oprofessor Mann, organizou
uma conferência para tratar da questão Dieta/DC. Ele teve
dificuldade para arregimentar um número expressivo de pesquisadores
que temiam entrar na lista negra do financiamento de pesquisas. Disse
ele:“I could show a list of scientists who said to me, in effect,
when I invited them to participate: "I believe you are
jeopardize my perks and funding… for me, that kind of truth, that
the Diet/Heart hypothesis is wrong, but I cannot join you because
that critical hypothesis would response separates the scientists from
the operators …”(tradução: “Eu poderia mostrar uma lista de
cientistas, que me disseram, na ocasião que eu os convidei para
participar da conferência, o seguinte:’Eu acredito que isso ameaça
meus prestígio e financiamentos.... para mim, essa espécie de
verdade sintetizada na hipótese dieta/coração está errada, mas eu
não posso juntar-me a você porque essa hipótese crítica
promoveria a separação dos cientistas dos operadores...
[financiadores].
Em 1967, o Dr SL Malhotra publicou
estudo envolvendo os trabalhadores da estrada de ferro na India. Ele
revelou que a DC era 7 vezes mais comum entre os trabalhadores em
Madras, comparados aos de Punjab. Os trabalhadores de Punjab consomem
7 a 10 vezes mais gorduras, fumam 8 vezes mais que os de Madras, e
vivem 20 anos mais que os predominantemente vegetarianos de
Madras(British Heart Journal, 1967).
Um estudo multicêntrico (Multiple
Risk Factor Trial (MRFIT) desenhado para demonstrar que o controle da
pressão arterial (PA), do colesterol e do tabagismo diminuiria a
mortalidade coronariana. Após screening de 350 mil homens de meia
idade, selecionou-se 13 mil. Esses últimos foram divididos em dois
grupos, um recebeu tratamento para os fatores de risco (PA<140/90),
outro recebeu medidas usuais (conservadoras). Após 10 anos e um
gasto de 115 milhões de US$, não foi notado qualquer diferença
significativa entre os grupos. Pelo contrário, a mortalidade no
subgrupo hipertenso tomando diurético foi maior(JAMA, 248
(1982):1465-1477)
OProf Olson foi contratado para
rever a literatura sobre os efeitos tóxicos da alimentação rica em
colesterol pela American Research Agency. Concluiu que não havia
evidências para desaconselhar o uso das gorduras saturadas (“Towards
Healthful Diets”. Report to the US Acad of Science, April, 1980).
O professor suiço Hans Mohles
chegou a mesma conclusão de Olsen e escreveu o livro: Cholesterin
Neurose. Frankfurt: Oto Sale Vlg, 1978.Outro estudo publicado no JAMA
mostrou que não hárelação entre o consumo de ovos e DC (JAMA, 281
(1999): 1387-94).
Em Maio de 1999, o Dr Walter Willet,
professor titular do departamento de nutrição de Harvard, deu um
seminário no National Institute of Health (NIH), Bethesda, com o
título: “Diet and Heart Disease: Have we misled the Nation”?(Dieta
e Doença cardíaca: Temos enganado a Nação?).Concluiu na ocasião
que os dados até hoje disponíveis não dão suporte à tese de que
“gorduras são ruins para nós”. Aponta, pelo contrário, para os
carbohidratos com alto índice glicêmico como os reais vilões.
Estudo recente comprova a tese de
Willet.Investigou-se o hábito alimentar de 48 mil pessoas e se
conclui que aquelas que consumiam mais carbohidratos refinados tinham
o dobro de risco de apresentar DC (Archives of Internal Medicine,
April 12, 2010;170(7):640-7).
O professor de patologia de Harvard
Kilmer McCully publicou os resultados de 194 autopsias consecutivas
em homens veteranos de guerra com severa arteriosclerose, e encontrou
uma porcentagem de apenas 8% com colesterol acima de 250 mg/dL. A
média de colesterol entre eles era de 186 mg/dL(Am. J Med Science,
299:217221,1990).
Recentemente a European Society of
Cardiology divulgou os resultados de um estudo extensivo (EUROASPIRE)
em toda a Europa para avaliar fatores de risco cardiovascular. Na
conclusão do relatório está escrito: “ ...o tabagismo, DC prévia
e o diabetes são fatores risco significantes. Obesidade, baixa
escolaridade, hipertensão arterial, colesterol total alto, HDL
baixo, entretanto, não foram significantes no aumento da
mortalidade.
A tese Lipídica diz que a gordura
saturada degenera a estrutura arterial por deposição. A seguir
vamos mostrar a composição da parede arterial e a composição da
placa
Parede Arterial Normal
Fibras Colágenas25 a 30%
Fibras de Elastina30 a 40%
Musculatura e subst. fundamental30 a
40 %
A subst. fundamental é composta de
mucopolissacarídeos que ficam entre as fibras colágenas e a
elastinas
Composição da Placa de Ateroma
Ácidos graxos saturados em éster
de colesterol: 26%
Ácidos graxos insaturados: 74%(38%
Polinsaturados; 36% Monosaturados)
Fonte: Lancet,344:1195-1196,1994
O que os estudiosos centrados na
tese Lipídica não conseguem perceber, é que a doença
arteriosclerótica é um processo de degeneração da artéria, e
certamente os processos de degeneração do organismo não ocorrem
pela ingestão de gorduras saturadas. Os processos de degeneração
no organismo ocorrem pelos vários tipos de stress/sobrecarga. O
organismo responde aos vários tipos de stress de uma mesma forma,
como nos mostrou Selye. Essa adaptação envolve alterações
hormonais que afetam o metabolismo celular básico, mais
especificamente, desvia o metabolismo celular para o padrão
catabólico – dominância dos hormônios catabólicos (cortisol,
tiroxina) e baixa dos anabólicos (GH, hormônios sexuais). Por esse
motivo é que os estudos não comprometidos com a tese lipídica têm
sido claros em revelar que o consumo de carbohidratos refinados
(provocam alteração hormonal com desvio catabólico) são os
verdadeiros vilões da alimentação moderna.
A medicina deveria ser avessa ao
exotismo das teses não sustentadas pelas leis e processos que regem
o funcionamento do organismo. Se assim procedesse, não cairia tão
fácil no conto do colesterol. O colesterol é uma das substâncias
mais importantes no funcionamento do organismo. Como pode essa
substância dar vida e ao mesmo tempo degenerar esse organismo?
Vejamos algumas das principais
funções do colesterol:
a)Integridade estrutural da membrana
celular
b)Precursor dos esteróides
(cortisol e hormônios sexuais) e Vitamina D
c)Produção dos sais biliares
d)Antioxidante poderoso
e)Sensibiliza os receptores
serotonínicos e é estratégico na ativação sináptica cerebral
f)Protege a mucosa intestinal
g)Leite materno é riquíssimo em
Colesterol
Por que e para que baixar o
Colesterol?
Vejamos como ocorre a síntese do
colesterol.Três moléculas de acetilcoenzima A (2 carbonos) se
combinam para formar o ácido hidroximetilglutárico (HMG – 6
carbonos). Em seguida, através da enzima HMG-CoA-redutase, chega-se
à cadeia do Mevalonato. Ao se bloquear essa enzima, bloqueamos a
formação não só do colesterol, mas de pelo menos cinco
substâncias fundamentais além do colesterol, como mostra o quadro
abaixo.
A Coenzima Q10é fundamental na
respiração celular e na biossíntese mitocondrial. Participa da
produção de ATP como carreador de eletrons para a citocromoxidase.
O coração demanda grande quantidade de Coenzima Q10. Uma forma da
Coenzima Q10 - a ubiquinona - é encontrada em todas as membranas
celulares, e é de grande importância na manutenção da condução
nervosa e integridade muscular. A Coenzima Q10 participa na formação
do colágeno e da elastina, daí o aumento da ruptura ligamentar em
quem usa estatina.
No Canada o Liptor vem com uma
advertência na caixa de que a droga reduz os níveis de Coenz Q10 e
L-Carnitina.
O Dolicholparticipa da síntese
protéica intermediando as informações do DNA (auxilia a
transcriptação do DNA).É fundamental na síntese de
neuropeptideos. Dai os vários sintomas neuropsiquiátricos nos
usuários de estatina.
O Esqualeno é um precursor imediato
do Colesterol e tem reconhecida ação antineoplásica (Óleo e
Cartilagem de Tubarão).
O NFkappaB é uma citoquina
proinflamatória. Talvez aqui resida o pequeno efeito terapêutico
das estatinas – antinflamação. Mas, seria razoável usar uma
droga tóxica e cara simplesmente como um antiinflamatório???
O filão das estatinas
O grupo farmacêutico das estatinas
envolve algumas substâncias semelhantes e outros tantos medicamentos
de marca como Liptor, Crestor, Sinvastatina, Zocor, etc. A estatina é
uma toxina de um fungo do arroz vermelho chinês.Possui potente ação
de bloqueio da enzima HMG-coA-redutase e com isso reduz drasticamente
o colesterol e demais substâncias do ciclo do mevalonato (vide
acima).
Embora se consiga reduções
drásticas nos níveis do colesterol, os resultados na prevenção e
regressão da placa ateromatosa e doença arteriosclerótica são
modestos ou inexistentes, principalmente quando analisado a médio e
longo prazo.
Vamos analisar alguns dos principais
estudos que avaliaram a eficácia das estatinas. Comecemos pelos
estudos que mostram claramente o efeito protetivo do colesterol em
pessoas com mais de 56 anos.
O estudo conhecido como Honolulu
Heart Program com 20 anos de duração concluiu:“Nossos dados são
semelhantes aos de estudos prévios que revelaram um aumento de
mortalidade em pessoas idosas com colesterol baixo, bem como
mostraram que os niveis persistentemente baixos de colesterol por
longo tempo aumentam o risco de morte. Assim, quanto maior o tempo de
vigência de colesterol baixo, maior o risco de morte.”
O estudo “antihypertensive and
lipid-lowering treatment to prevent heart attack trial” (ALLHAT,
2002).Talvez o maior estudo nos EUA sobre os efeitos do Lipitor,
revelou a mortalidade após 3 e 6 anos de tratamento (10.000
participantes). Conclusões:“Of the 5170 subjects in the group that
received statin drugs, 28 percent lowered their LDL cholesterol
significantly. And of the 5185 usual-care subjects, about 11 percent
had a similar drop in LDL. But both groups showed the same rates of
death, heart attack and heart disease”.
O “prospective study of
pravastatin in the elderly at risk” (PROSPER, 2002), estudou o
efeito daPravastatina em grupos de idosos: 56% sem episódios
préviosde DC sintomática, e 44% com episódios
prévios.Conclusões:“ThePravastatin did not reduce total
myocardial infarction or total stroke in the primary prevention
population, but did so in the secondary. However, measures of overall
health impact in the combined populations, total mortality and total
serious adverse events were unchanged by pravastatin as compared to
the placebo and those in the treatment group had increased cancer”.
O “Japanese lipid intervention
trial” (J_LIT, 2002) estudo Japonês de 6 anos, envolvendo 47.294
pacientes tratados com a mesma dose de Sinvastatina, concluiu:“No
correlation between the amount of LDL lowering and death rate at five
years. Those with LDL cholesterol lower than 80 had a death rate of
just over 3.5 at five years; those whose LDL was over 200 had a death
rate of just over 3.5 at five years”.
O “Anglo-Scandinavian cardiac
outcomes trial - lipid lowering arm” (ASCOT-LLA 2003), avaliou o
efeito da atorvastatina (Lipitor) versus placebo em mulheres
hipertensas e com outros fatores de risco coronariano. O estudo foi
inicialmente desenhado para 5 anos, mas foi interrompidoem 3,3 anos
devido a significativa redução dos eventos cardíacos. No entanto,
não houve qualquer diferença em relação à mortalidade. As
mulheres apresentaram muitos efeitos colaterais (Sever PS and others.
Lancet 2003;361:1149-1158).
O que os leitores não sabem é como
foi calculado o índice de 27% na redução de AVE;2,4% do grupo sem
estatina tiveram AVE;1,7 % do grupo com estatina tiveram AVE, ou
seja, uma diferença de 0,7 pontos que corresponderia a um índice
projetado de 27%......
O “PRavastatin or AtorVastatin
evaluation and infection study” (PROVE-IT, 2004), foi uma pesquisa
realizada na Harvard University Medical School, que obteve ampla
divulgação na mídia. Veja a matéria de alguns jornais.
"Study of Two Cholesterol Drugs
Finds One Halts Heart Disease" (N Y Times, November 13, 2003)
Editorial: "Extra-Low
Cholesterol“ (New York Times, March 10, 2003)
“Striking Benefits Found in
Ultra-Low Cholesterol”(Washington Post, March, 9, 2004)
O PROVE-ITintroduziu uma nova
questão na prevenção da DC pela redução do cholesterol - o fim
do enfoque quantitativo na análise do colesterol. Ou seja, não
existe mais nível normal de colesterol, quanto mais baixo melhor.
Como foi dito na matéria da revista Veja na época: “o chão é o
limite”
Imediatamente, os médicos passaram
a adotar a conduta de aumentar a dose das estatina para quem já a
usava, e se sentiram à vontade para fazer a prevenção com a
estatina nas pessoas sem qualquer evento prévio de DC.
Qual foi o resultado desse estudo
para gerar tamanho frisson?O estudo comparou duas drogas: Lipitor
(Pfizer) e Pravachol (Bristol Myers-Squibb - BMS). Este último foi
quem financiou a pesquisa. Investigou-se 4.162 pacientes que eram
acompanhados por infarto ou angina instável. Metade tomou Liptor e
metade tomou Pravachol. Os que tomaram Liptor tiveram uma redução
maior do LDL (62 contra 95). No grupo Liptor houve uma redução de
32% no LDL e 16% em todas as causas de mortalidade. Mas, os tais 16%
foram uma redução do risco relativo e não risco real.A redução
absoluta da taxa de mortalidade em ambos os grupos foi de 1% - uma
queda de 3,2% para 2,2% em dois anos. Ou seja 0,5% ao ano. Portanto,
foi a redução do risco absoluto de morte em 0,5% ao ano que gerou a
massiva campanha na mídia, que usou a taxa de 16% que é uma taxa
projetada/relativa
A mídia não falou dos efeitos
colaterais do estudo: alteração das enzimas hepáticas: 3,3%;
descontinuação do tratamento durante a pesquisa por efeitos
colaterais: 33%.
O estudo J-LIT publicado em 2002,
com um desenho muito mais sólido,envolvendo 10 vezes mais pessoas, e
três vezes maior em duração, não encontrou qualquer relação
entre o nível de queda do LDL e taxa de mortalidade. Não é de se
estranhar que esse estudo não tenha encontrado qualquer repercussão
na mídia
Pesquisadores do Beth Israel Medical
Center in New York City, em 2003,examinaram a placa coronariana em
182 pacientes que tomavam estatina. Um grupo usava doses altas (mais
de 80 mg), enquanto outro grupo usava doses habituais. Através do
“Electron Beam Tomography” avaliou-se o tamanho das placas antes
e depois do tratamento. Apesar da redução do LDL colesterol, não
houve diferença entre os grupos. Ao contrário, houve um incremento
na ordem de 9,2% no aumento da placa em ambos os grupos(Hecht HS and
others. Am J Cardiol, 2003;92:334-336).
Num estudo feito na Cleveland Clinic
(REVERSAL, 2004), pacientes receberam Lipitor ou Pravachol. Os que
receberam Liptor tiveram uma queda maior de LDL e mostraram uma
“reversão” na agregação da placa coronária, avaliada pelo
ultrassom intravascular na ordem de 0,4% a partir de 18 meses. O Dr.
Eric Topol da Cleveland Clinic como um animador de plateia disse ser
tais resultados espetaculares:"Herald a shake-up in the field of
cardiovascular prevention ... the implications of this turning point
- that is, of the new era of intensive statin therapy - are profound.
Even today, only a fraction of the patients who should be treated
with a statin are actually receiving such therapy ... More than 200
million people worldwide meet the criteria for treatment, but fewer
than 25 million take statins".Esse tipo de espectativa,
absolutamente infundada, tem levado alguns especialistas a sugerirem
colocar estatinas nos reservatórios de água potável das cidades.
Já ouvi isso de mais de um cardiologista. Certamente eles estavam
ecoando perspectivas como as do Dr Eric Topol. Não devemos mais nos
espantar com o delírio intervencionista da medicina da química e da
indústria farmacêutica. A criatividade em propor o bloqueio do
organism não tem limites.
Em 2004 a Merck
Schering-Ploughantecipando-se à perda do direito de patente do Zocor
(Simvastatina), começou a desenvolver o posicionamento do Vytorin
(Simvastatina+Ezetimibe). Para tal encomendou um estudo esperando
provar a eficácia da associação em relação à formação de
placa. Usou-se para esse fim a avaliação de placa na carótida.
Acompanhou 750 pacientes e o estudo terminou em 2006, e nada de
publicação dos resultados.O NY Times moveu uma campanha para
pressionar a Merck a divulgar os resultados. Algumas pessoas entraram
com ações na Justiça. Finalmente, em Janeiro de 2008 os resultados
foram divulgados.Mas, para o desapontamento da Merck o estudo revelou
que o Vytorin além de ineficaz produziu o dobro de crescimento da
placacarotídea
(http://www.merck.com/newsroom/press_releases/product/2008_0114.html)
O New York Times publicou em 14 de
janeiro de 2008 matéria sobre o tema. Eis um trecho da material:
“Zetia, uma droga para baixar o colesterol prescrita para cerca de
1 milhão de americanos a cada semana não apresentou benefícios
médicos de acordo com estudos realizados pela própria indústria
Merck e Schering-Plough. Embora a droga tenha baixado o colesterol em
15 a 20%, os estudos não mostraram que o Zetia reduz ataque cardíaco
ou derrame, ou mesmo reduz as placas nas artérias. Esse teste
clínico que estudou se o Zetia poderia reduzir o crescimento da
placa, na verdade revelou que as placas cresceram quase duas vezes
mais rápido naqueles tomando Zetia e Zocor do que naqueles que
tomaram apenas Zocor. Os pacientes que tomaram Zetia mais Zocor
receberam o medicamento chamado Vytorin que é a combinação deles.
Especialistas classificaram os resultados como “chocantes”
afirmando que o Zetia só poderia ser prescrito caso outras drogas
falhassem. Esses resultados vieramagravar a controvérsia em torno do
atraso na divulgação desses dados pela Merck e Schering-Plough. O
estudo foi concluido em Abril de 2006, com previsão de divulgação
dos resultados em Março de 2007. Entretanto, a companhia não
cumpriu os vários prazos assumidos, e só concordou em divugá-los
depois que a mídia passou a cobrar os atrasos. Zetia and Vytorin
respondem por 20% do mercado de drogas para o colesterol no mercado
americano”.
O jornal O Globo transcreve a
matéria do NYT em 15 de Janeiro de 2008 que diz:“estudo, realizado
pelos próprios laboratórios, acompanhou, por um período de dois
anos, 720 pessoas com problemas genéticos de alta produção de
colesterol. Um grupo tomou apenas uma substância, a simvastatina
(Zocor). O segundo grupo foi medicado com as duas substâncias:
ezetimibe e simvastatina (Vytorin). O estudo concluiu que o grupo que
tomou os dois princípios ativos teve uma redução maior no nível
de colesterol, mas não houve diferença no tamanho da placa.”
É interessante notar que a Merck e
Schering-Plough escolheram uma data estratégica para a divulgação
de dados desfavoráveis – o inicio do ano quando a maioria das
pessoas está em recesso de fim de ano.
Os efeitos colaterais das estatinas
são muito freqüentes. Muitos estudiosos admitem que 100% dos
usuários têm algum tipo de efeito colateral, pois a maioria deles
seria oculto (assintomático). Dentre os efeitos aparentes mais
freqüentes temos: perda de memória e perda cognitiva; dor e
disfunção muscular; insuficiência cardíaca; fadiga; neuropatia,
anemia; acidose; febre freqüente; cataratas; disfunção sexual
(American J. Cardiovascular Drugs, 2008;8(6):373-418).
O pesquisador alemão Pfrieger
mostrou que a falta de colesterol no cérebro provoca bloqueio
sináptico.O colesterol é uma molécula que não ultrapassa a
barreira hematoencefálica. O cérebro depende essencialmente da
produção de colesterol pelas células da glia que são muito
sensíveis às estatinas(Pfrieger F. Science, 9 November, 2001).
David Gaist acompanhou cerca de 116
pacientes em uso de estatina e comprovou um risco de polineuropatia
de 16 vezes maior. Esse risco é mais intenso no diabético(Gaist,
David. Neurology, 58:1333-1337, 2002)
Dentre os efeitos colaterais menos
freqüentestemos: risco aumentado de câncer; supressão do sistema
imune; pancreatite, disfunção hepática, rabidomiólise (destruição
do músculo estriado)(American J. Cardiovascular Drugs,
2008;8(6):373-418)
Poderíamos classificar, em termos
didáticos, os efeitos colaterais das estatinas de acordo com a
substância bloqueada, mas geralmente os efeitos tóxicos envolvem
vários mecanismos.
Baixa de Esteroides:perda da libido,
disfunção erétil, osteoporose, perda de cabelo
Inibição Glial:amnésia focal e
global, confusão mental, desorientação, senilidade
Baixa da Coenz Q10:Baixa produção
de energia: fadiga crônica, insuficiência cardíaca, retenção de
liquidos, dispnéia
Perda da integridade de
membrana:hepatite, pancreatite, miopatia, neuropatia, rabidomiólise
Excessiva Oxidação:danos
mitocondrial, mitocondriopatia adquirida, neuropatia permanente,
miopatia permanente, neurodegeneração
Baixa de Dolicol:riscos de erros na
transcriptação do DNA
Disfunção de
neuropeptídeos:agressividade, hostilidade, irritabilidade,
comportamento homicida, depressão, suicídio.
Alteração da síntese de
glicoproteinas:degeneração e lesões do colágeno (tendinites,
artroses, etc)
Disfunção em vários processos
celulares:identificação alterada da célula, alteração da
mensagem celular, defesa imune alterada
Bloqueio da
Selenoproteina:neuropatia, deficit cognitivo
Calcula-se o custo do tratamento com
estatinas, em doses habituais, entre 900 and 1.400 US$por ano. As
estatinas já são a categoria de medicamento mais vendida no mundo
(6,5%); significa um faturamento US$ 12,5 bilhões/ano(2004). O uso
de estatinas aumentou 156% entre 2000 e 2005. O número de usuários
passou de 15,8 milhões para 29,7 milhões . O gasto passou de 7,7
bilhões de US$ para 19,7 bilhões de US$, embora mais de 900 estudos
tenham sido publicados mostrando a toxidade dessa droga e sua
baixíssima eficácia.
No melhor resultado pró estatina
até hoje publicado o “WOSCOP clinical trial”, patrocinado pela
indústria farmacêutica, a redução do LDL significou uma redução
da taxa de mortalidade em 5 anos de 0,6%, ou seja, 165 pessoas
saudáveis deveriam ser tratadas por cinco anos para se estender a
vida de apenas uma pessoa por outros 5 anos. O custo dessa vida seria
por volta de US$ 1,2 milhões. Num cálculo otimista, o custo para
salvar um ano de vida de uma pessoa com DC seria de cerca deUS$ 10
mil.
Em suma, a estatina, pelo seu
potencial tóxico e pela sua baixa eficácia, é talvez uma das
drogas maisnon sensedo arsenal terapêutico da medicina atual. Ao
invés de ser deixada de lado pelos médicos, tornou-se a droga mais
vendida e a categoria farmacêutica de maior faturamento. Como se
pode notar há algo de muito errado com essa medicina.
A insistência na tese lipídica ao
longo de mais de 60 anos não conseguiu convencer os estudiosos
éticos da alimentação humana. A medicina centrada na doença que
pouco sabe sobre a alimentação e sobre os grandes processos que
mantêm a vida no organismo, tornou-se uma presa fácil dopublic
relationda indústria farmacêutica. Estamos diante de um grande
“conto do vigário” que repetido a exaustão ilude o ouvinte e
passa a ser real. O colesterol deixa de ser a substância estratégica
para o funcionamento do organimo e passa a ser o grande vilão do
adoecimento humano. Você acredita nesse conto?
Referências:
- Ravnskov, U : "The Cholesterol Myths"
- Colpo, A : "The Great Cholesterol Con" . 2007
- Hartenbach W: "Die Cholesterin-Luege" 2006
- Kendrick, M. “The Great Cholesterol Con”. 2007
- Ellison, Shane. “Hidden Truth about Cholesterol-Lowering Drugs”
- Graveline, Duane. “Lipitor: Thief of Memory and Statin Drugs”. 2006
- Graveline, Duane. Statin Damage Crisis. 2009
Fonte:http://www.dietalowcarb.org/2015/08/colesterol-faz-mal-historia-completa.html
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